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PRESS RELEASE - Jaume Munar é o campeão do Lisboa Belém Open 2020

PRESS RELEASE - Jaume Munar é o campeão do Lisboa Belém Open 2020

Jaume Munar é o campeão do Lisboa Belém Open 2020. O tenista espanhol, de 23 anos e número 112 do “ranking” mundial, derrotou o português Pedro Sousa na final de domingo, que coroou pelo terceiro ano consecutivo um tenista espanhol como campeão no CIF — o palco do evento organizado pela Unisports, a MP Ténis e a Federação Portuguesa de Ténis com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Belém.

 

O maiorquino, que faz parte da academia do seu mentor, Rafael Nadal, entrou a todo o gás no encontro de atribuição do título: em pouco mais de 20 minutos colocou-se a liderar por 5-1, aproveitando alguns erros do número dois português (e 111 ATP), que sentiu sempre a necessidade de arriscar e desfazer as trocas de bolas cruzadas. A partir do 2-5, com bolas novas (mais rápidas), Sousa jogou o seu melhor ténis para não só igualar a contenda, como liderar pela primeira vez o marcador, com 6-5 e 30-30. Foi quando, já com as bolas mais pesadas, colocou uma esquerda e uma direita na rede e o “set” acabou por ser decidido no “tie-break”, fase em que Munar voltou a revelar maior consistência e soube acelerar nas aberturas de terreno deixadas pelo português.

 

O “tira-teimas” do primeiro parcial acabou por se revelar fulcral na história do encontro: Munar aproveitou o ascendente, usou mais “top spin” para empurrar Sousa para trás e quebrou logo ao segundo jogo, caminhando para o primeiro título do ano sem que se sentisse que Pedro Sousa o conseguia alcançar no desenrolar do marcador.

 

Para Jaume Munar, que já foi 52.º do “ranking” ATP, a conquista deste domingo no Lisboa Belém Open traduziu-se na quinta em sete finais disputadas no ATP Challenger Tour, onde continuará a jogar já na próxima semana, em Istambul (mas em piso rápido).

 

Quanto a Pedro Sousa, permanece com sete títulos no currículo (agora em 15 finais, duas delas disputadas nas últimas três semanas) e terá de continuar à procura do oitavo título, que lhe permitiria igualar o registo do seu treinador, Rui Machado, como tenista português mais titulado no ATP Challenger Tour na variante de singulares.

 

“Foi uma semana muito boa. Estou a trabalhar bem há muito tempo e tenisticamente mostrei que quando estou solto jogo a um grande nível. Esta semana tive boas experiências e sensações e vou tentar manter este nível”, confessou Jaume Munar na conferência de imprensa pós-final.

 

Sobre o encontro, o número 112 do mundo falou das variações no marcador e dos momentos-chave: “Foi uma final complicada. Comecei bem, mas depois ele jogou um ténis incrível durante três jogos. É certo que falhei um ‘volley’ fácil ao 30-30 do 5-2, mas a partir daí ele foi brilhante e o que me fez sair vencedor foi o facto de já estar mentalizado para a possibilidade de ele jogar tão bem durante alguns períodos do encontro e de que seria complicado pará-lo. Estou muito contente e orgulhoso do que fiz. No segundo ‘set’ joguei melhor, estive mais solto e movimentei-me melhor. Estive melhor em todas as pancadas e estou muito contente.”

 

Pedro Sousa também passou pela sala de imprensa para fazer um balanço do encontro: “Não fiz um mau jogo. Claramente com a bola mais pesada ele estava superior e com a bola mais rápida estava eu. Quase consegui uma grande recuperação no primeiro ‘set’, de 1-5 para 6-5 com um 30-30… É uma situação difícil de lidar, ter um ‘set’ quase perdido, afinal ainda haver chances e depois já não haver outra vez. Desgasta um pouco e no início do segundo ele conseguiu ganhar alguma distância. Não fiz de todo um mau encontro, mas ele foi melhor do que eu”, admitiu o tenista português de 32 anos, que acrescentou: “Hoje estava a ser difícil acabar os pontos. O jogo dele não foi surpresa nenhuma, surpreendente foi hoje o campo estar mais lento. Estava a ser difícil fazer mossa e quando assim é ou se arrisca mais… Tinha de ser mais sólido e se calhar ir à rede para terminar alguns pontos mais rápido, mas não é uma zona onde me sinta muito confortável. Não estava em pânico, porque sabia que era um par de bolas entrar e eu podia devolver um dos ‘breaks’ e voltava ao jogo. A bola nova também me ia ajudar e acabou por ser assim”, acrescentou Sousa, que reconheceu que a final foi praticamente decidida com o primeiro parcial: “O primeiro ‘set’ podia ter caído para qualquer lado e aí é que esteve a diferença.”

 

No entanto, Pedro Sousa despediu-se do Lisboa Belém Open satisfeito: “Quando se chega a uma final é sempre uma semana positiva, com bastantes pontos ganhos e que dá confiança, porque ganhei bastantes jogos. Apesar de estar chateado foi uma boa semana para mim. Estou a jogar bem. Fui para Roland-Garros a sentir-me bem e perdi 6-4 na negra, fiz uma que perdi 7-6 na negra, em Barcelona tive condições difíceis e esta semana fiz outra final, por isso sinto que o meu nível está alto e que estou a jogar bem.”

 

Para o lisboeta, que faz parte da equipa do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, segue-se uma semana de treinos antes da viagem para Marbella, onde voltará a competir num torneio do ATP Challenger Tour.

 

A fechar o dia, Manuel de Sousa, diretor do Lisboa Belém Open e pai de Pedro Sousa, fez um balanço da quarta edição do torneio: “Era a final desejada no sentido em que colocou frente a frente os dois primeiros cabeças de série. E ainda por cima sendo o Pedro, um jogador do CIF, da casa, e o meu filho, não escondo que teria sido a cereja no topo do bolo. Mas estou bastante satisfeito, foi uma semana praticamente perfeita e fico contente por termos realizado este torneio. Quero agradecer ao Vasco Costa o apoio total da Federação Portuguesa de Ténis na realização do torneio”, referiu, não escondendo o desejo de elevar ainda mais o nível do torneio. “A nossa ambição é passar o Lisboa Belém Open para outro patamar. Estamos satisfeitos com este, mas havendo a possibilidade, e julgo que vai haver, sempre dependendo do evoluir da pandemia, a ambição é chegar a outro patamar já no próximo ano.”

 

Em uníssono, Vasco Costa, Presidente da Federação Portuguesa de Ténis, também fez um balanço extremamente positivo do Lisboa Belém Open e falou do futuro: “O balanço é bastante positivo. Aliás, recebemos vários elogios da ATP pela realização do torneio e agradeço ao Manecas pela qualidade organizativa numa situação que todos sabemos ser bastante difícil, com restrições grandes e a ATP a exigir várias medidas de precaução. Obviamente que todos trabalhamos para termos jogadores portugueses nas finais e ganharem. Infelizmente hoje o Pedro não ganhou a final de singulares, mas tivemos o Gonçalo Oliveira a ganhar a final de pares e a Federação Portuguesa de Ténis só pode estar contente, porque é uma semana em que também temos uma jogadora portuguesa, a Francisca Jorge, a jogar a final de um torneio internacional no Funchal, uma semana depois de ter jogado a final no Porto. É para nós um grande motivo de orgulho ver que a qualidade dos nossos tenistas está a subir de dia para dia.”